sexta-feira, 15 de maio de 2020

novos livros para a sua mesa de cabeceira


Ana Martins regressa com todos os seus romances, agora com preço reduzido. 

              10 euros 

Em tempo de pandemia receba os livros na sua casa em segurança e autografados. 


É simples.
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Se já leu, escreva-me, qual foi o seu preferido?


Mais detalhes abaixo 🔽


O livro da maturidade e do amor 

 Ana Martins escreveu um verdadeiro «thriller» do amor e da felicidade que se desenrola entre Lisboa e o Alentejo. Uma história a saborear para esquecer a dureza dos tempos. Um livro azul e branco, mas não cor-de-rosa, repleto de Alentejo: com humanidade, sotaques, gastronomia, paisagens vislumbradas, e mesmo uma banda sonora. Um livro para escutar, sobretudo o coração das personagens: Ana Martins adora tanto as suas personagens que nós acreditamos quase no impossível. Um livro cheio de amizade, de bom senso e de sentido da vida. «Foi Flora que conseguiu falar em primeiro lugar: - Adoro como o Universo nos põe no momento certo com as pessoas certas sem nos darmos conta!» Este livro fala-nos e gostaríamos de responder.  


  







O livro “Ao km 32” conta, através da história de amor das personagens Hala e Wael a guerra na Síria, e mais do que o drama dos refugiados que se vê na TV ou se lê nos Media, a autora aborda com elegância e subtileza o que não se vê, o não se conta: tráfico humano e de órgãos, as controversas travessias de barco para as praias gregas, dá-nos conta da fuga pela vida até à liberdade, da busca dos que estão bem pelos seus desaparecidos, a superação para além de todas as adversidades, sem nunca perder o prumo de conseguir contar a guerra com amor. "Ao Km 32" é, acima de tudo, uma história com muito amor: é através do namoro de sentir absoluto de Hala e Wael que a autora nos conta a guerra, tira-nos o fôlego numa criativa maratona de emoções até ao desfecho, traz-nos um romance apaixonado que começa e termina com a mesma palavra: AMOR! 




Mal Me Quero 

Violência doméstica não é só quando o clube perde e o Manel bate na Maria! Cada conto deste livro é pura ficção, se alguma personagem, evento ou circunstância lhe parecer familiar, não é pura coincidência, é apenas porque as histórias aqui contadas – contos curtos, incisivos e perturbadores – realmente acontecem. Ao nosso lado, debaixo do nosso nariz, onde menos esperamos, da forma mais perniciosa e inesperada. 
Para além do mal querer de qualquer vítima, há e haverá sempre, a perene certeza que existe o momento de dizer: BASTA!


Evo (ou amar para sempre) 
(esgotado, disponível em ebook) 

Sendo Evo cronologicamente o primeiro livro de Ana Martins, contam os amigos que decidiu guardá-lo, evitando publicar até um improvável dia mais tarde na vida. Décadas depois resolve, sem mexer no texto inicial, dar-lhe uma roupagem de contemporaneidade ao juntar um inusitado narrador que abraça e respeita o que a menina escreveu, mas nos revela com mestria a mulher que hoje escreve.
Honrando os amigos que sempre lhe disseram para o publicar, além de finalmente aceitar o pedido (e de lhes dedicar o livro), desafia-os: Uma frase sobre o Evo. As respostas foram todas céleres e emotivas – partilhadas agora com todos os leitores.


Autista, quem...? Eu? 
(esgotado, disponível em ebook) 

Autismo, esse fantasma que assombra e ao mesmo tempo ilumina as vidas que vai tocando. Viver com o autismo é uma fonte constante de sobressalto e criatividade que a Autora retrata através da descrição do narrador.

SINOPSE

E se um primeiro emprego, temporário, lhe modificasse a vida? Quando Xavier Duarte, 22 anos, aceita ser baby-sitter de uma criança autista jamais imaginava que iria entrar num mundo completamente diferente. Desconhecedor das acções, reacções, motivações e obsessões que movem uma criança autista, Xavier vê-se confrontado com emoções contraditórias. De um modo inteligente, a autora, Ana Martins, faz-nos entrar na pele desta personagem levando-nos a sentir, à medida que viramos cada página deste livro, um mundo enigmático, poético e, sobretudo, desconcertante.



 Contos de Verão 

Colectânea de contos publicado no âmbito de um concurso da Editora Coolbooks. Os melhores 30 autores seriam publicados. Eu ganhei com dois contos sendo assim o livro publicado com 29 autores.

Promessas de Verão
Miguel e o Sol

Este livro já não se encontra disponível uma vez que a editora foi comprada e o stock existente infelizmente foi para pasta de papel. Aparentemente pratica comum que me desagrada profundamente. Poderiam ter sido oferecidos a bibliotecas escolares!
Contudo nem tudo fica perdido, decidi colocar os dois contos disponíveis para leitura neste site -- clique aqui --








terça-feira, 12 de maio de 2020

A mal contada fábula da cigarra e da formiga

Na quarentena dei comigo a pensar na opinião que sempre tive acerca da forma como se conta a fábula da cigarra e da formiga. 
Povoámos a nossa mente com admiração, ao termos sempre escutado como a sofrida formiga acartava zelosa e diligentemente um respeitável peso para a sua fraca compleição, carregando dia e noite as provisões para o seu formigueiro, servindo abnegadamente a comunidade.
Em contraponto, sempre nos foi incutido um certo desdém pela conduta boémia da cigarra que preguiçando pelos prados cantava dia e noite.
Uma das recordações mais antigas de raciocínio em tenra infância que tenho, prende-se com esta fábula.
Observante dos bichinhos que me rodeavam e com a imaginação sedenta de histórias, guardo a lembrança das quentes noites de Agosto, a tentar conciliar o sono, deleitando-me a escutar os sons da natureza, encantada com o estridular das cigarras a cortar o silêncio profundo e a embalar os meus sonhos. Eram as minhas cantoras favoritas! Talvez por isso nunca compreendia o final daquela história em que só a formiga era louvada pelo seu árduo trabalho.
Hoje compreendo. Fui educada numa família que valorizava as artes. Tive o privilégio de crescer rodeada de livros que o meu pai me incentivava a ler, ao som de discos de vinil que pavimentaram a minha vida, ou o deslumbramento sentido da primeira vez que a minha mãe me levou à Gulbenkian assistir ao bailado Quebra-nozes. Esta infância criativa marcou indelevelmente a minha personalidade. Penso mesmo que os teatrinhos que encenava para toda a embevecida família, foram certamente as primeiras histórias que criei, tão pequenina, imaginando-as ainda antes de as saber escrever!
Outro dia perguntaram-me o que quis ser em miúda quando crescesse. Depois dos sonhos infantis de bailarina e veterinária, eu sempre quis escrever. No entanto, já adulta, sempre que escrevi tive outros empregos paralelos para poder pagar contas.
Sempre considerei que o trabalho árduo da cigarra tem tanto valor quando o da formiga. Quantas vezes os artistas são intitulados de sonhadores, no entanto, sabem respirar fundo, descer à terra e têm outros e diferentes sofridos empregos para se sustentarem e poderem alimentar os seus sonhos. É uma dicotomia difícil de ser explicada ou conciliada.

Se há lição que escuto dizerem deste tempo que todos tivemos de nos confinar em quarentena é que nos teria sido incomensuravelmente mais complicado se não tivéssemos acesso a um livro que nos fez sair de casa sem sair do sofá, escutado uma música que nos fez dançar sozinhos, assistido a um filme que balançou as nossas emoções e que nos fez rir, chorar.
Impedidos de formigar para os nossos empregos vimos à nossa volta tanta criatividade cigarrear - do vídeo engraçado na internet ao pão no forno.

O poeta brasileiro José Paulo Paes sempre foi um apaixonado pelos livros. 
Após ter estudado química e trabalhado durante anos num laboratório farmacêutico, um dia resolveu escrever poesia, inicialmente para adultos, só depois para crianças. Ao abandonar a rigidez da química  nos 25 anos seguintes entregou a sua alma à edição de livros e traduções. Esqueceu-se de formigar pela química e entregou-se à magia de cigarrear pela poesia infantil, aprendeu a brincar com as palavras e escreveu um mundo maravilhoso para as crianças viverem. 

"Enquanto a formiga 
Carrega a comida 
Para o formigueiro, 
A cigarra canta, 
Canta o dia inteiro. 

 A formiga é só trabalho. 
A cigarra é só cantiga. 

 Mas sem a cantiga 
da cigarra 
que distrai da fadiga, 
seria uma barra 
o trabalho da formiga."
José Paulo Paes

Se "A Cigarra e a Formiga" é uma das fábulas atribuídas a Esopo na Grécia antiga ("O Gafanhoto e Formiga" no original) e só veio a ser popularizada mais tarde pelo francês Jean de La Fontaine, eu penso que em 1989 o poeta José Paulo Paes trouxe-a finalmente à sua verdadeira dimensão: a união, a compreensão, a aceitação e o respeito pela diferença do labor do outro. 
Afinal todos são especializados, todos são fruto de muito empenho, de horas incalculáveis de dedicação ao seu trabalho, seja ele manual, intelectual ou artístico. 
Formigas e cigarras de mãos dadas entreajudando-se na esperança de um mundo melhor. Talvez, assim - talvez só assim - se possa cumprir o jargão estafado que tanto se ouviu na quarentena de que vamos todos ficar bem. 



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