quarta-feira, 13 de maio de 2015

AO, o irrevogável

Ocorre-me a ideia, no dia em que o malfadado e desacreditado acordo entra (entrará?) em vigor, chamar a que se aproxime aquela nossa palavra estragada - o irrevogável -  para que cumpra na plenitude a sua tão reclamada função, já que sustentando o irrevogavelmente irrevogável, o AO agora será finalmente irrevogavelmente revogado. 
Vá lá, é o que a malta quer, o que a malta pede, o que a malta luta, desde que esta aberração nos foi enfiada goela abaixo. É que já chega! Ó irrevogável, chega aqui para acabarem de vez com o AO! 
Para começo de conversa, aborreço-me ler as notícias matutinas e constatar que a data de hoje já foi revogada. Há destas coisas giras, movimentações palacianas em vésperas de eleições que me fazem sempre relembrar o conceito de sarcasmo, o tal que somos tão bem familiarizados... então a data foi 'irrevogadamente irrevogada' e de 13 de Maio foi chutada para canto, lá para Setembro, no dia do meu aniversário, ainda para mais??? Aiiii, não me estraguem o dia!
(podem ler a notícia na integra aqui
Na verdade, eu estou-me positivamente nas tintas se o AO for revogado, agora, amanhã ou depois, só quero que aconteça. Só isso. Limpem a porcaria que fizeram. Não quero mais falar deste assunto, insurgir-me, assinar petições, assinar de cruz o que diz o bzinho João Pedro Graça. Chega de escrever artigos destes e deixar de utilizar esta frase no final de cada um dos meus posts ou livros, só porque sim. 
Recuso-me ostensiva e olimpicamente! 
É mau? É. Se tem sido terrivelmente mau para os miúdos que desaprenderam e vão ter de ser ensinados a escrever português de novo? Pois. Quanto mais tempo demorarem, nem quero pensar nas consequências principalmente para quem está a iniciar a sua jornada e a aprender a escrever errado.
Anne Frank escreveu: 

"O que é feito não pode ser desfeito, 
mas podemos prevenir que aconteça novamente." 

Revoguem o erro e dêem de vez com coragem um passo em frente, sem compadrios e interesses debaixo do pano que todos sabemos que existem. 
Chega!  
Apetece-me dizer em bom português, mandem o AO cagar à horta e limpar o cú às urtigas. 



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