Diga-me: começa o dia a sorrir para uma nova manhã ou a correr para a balança à espera do milagre matutino? Pela sua saúde, tenha juízo!
Existem balzaquianas gorduchinhas, até nas personagens ficcionadas que povoam a nossa mente, como uma maravilhosa Bridget Jones, a sentimentalona desastrada (isto quando a actriz Renée Zellweger tinha cara e corpo de Bridget) ou uma bem desenhada Princesa Fiona que escolhe ser feia, gorda (e verde!) contrariamente aos cânones de beleza vigente, e contudo é linda! Então entre tantas das muitas mulheres com corpos pouco danone, respeito as que desrespeitam as regras, as que quebram o padrão, as que são como são, o que as torna (a meu ver) nas verdadeiras wonder woman deste século.
Porque motivo ser-se magrinha é bonitinho, ou até sinónimo de elegância? Não sabe? Pasme-se com a resposta: porque dá trabalho.
Explico: Se em tempos idos ter acesso a alimentação variada e em abundância tinha uma conotação de status (apenas para alguns privilegiados), quando o reverso da moeda (passar fome) era o espectável, então nessa época ter-se um aspecto nutrido era difícil e considerado o supra sumo da batata frita.
Hoje é o contrário. Com toda a revolução industrial e industrializada, ficou fácil, temos à disposição uma panóplia fantástica de alimentos, do saudável ao hidrogenado. E cada um (ou uma) de nós é uno nas suas escolhas alimentares, nas que fazemos a cada momento, sejam as conscientes, sejam as da gula ou da palermice aguda. É aquela compulsão de comer uma batata frita seguida de outra, logo de outra, e não parar até às migalhas do fundinho. Apesar de não serem as opções mais correctas, empanturramo-nos - optamos com muita ligeireza pela facilidade do 'saciar', e já nem falo apenas de alimentação ou do cliché da falta de auto-estima ou ter muitos gatos: É o equilíbrio. E esse reside no âmago de cada um de nós.
Hoje tem um peso demasiado exacerbado o peso que cada um tem. Eu? Voto no bem estar. Conseguir rondar esse bem estar, enroscar mente, alma e corpo numa harmonia que atingida não pode ser partilhada, antes sentida, faz com que ditames de revistas e imposições photoshopadas se reduzam à sua insignificância: se cada um (uma) se sente bem num 40, 42, porquê a guerrilha do 34, vá 36...? Excesso de peso?, ou excesso de zelo? Bom senso é que não é. E depois... 'Mente sã em corpo são' não é o slogan de um qualquer ginásio de moda, daqueles que a malta frequenta para bombar corpos saciando-se de modas, inflando biceps despropositados e egos megalómanos.
E os postiços...? Ele é unhas, pestanas e cabelos quilométricos, ou maminhas e barriguitas de adolescente, tudo se compra, corta e alinhava. Tudo devidamente uniformizado para não escaparem ao modelito vigente. A originalidade é hoje um conceito esquisito. Ahhhhh, devem ser artistas... aí tudo cola convenientemente no figurino, não é?
E os sorrisos??? Ceifam-se milhares de sorrisos únicos, com lábios assoprados por agulhinhas, aqueles sorrisos encantadores com um dente sobreposto ou outro tortinho que lhe conferia aquele ar engraçado, e essa unicidade perde para um pré-formatado sorriso pepsodent igualzinho a todos os outros que foram manietados com araminhos e elásticos.
Saciar o insaciável. Descartar o descartável. E logo a batata frita seguinte. Vive-se de um ideal que passamos nas redes sociais como uma realidade maximizada enquanto se esconde na sombra do tamanho desse perfil criado e alimentado a pão-de-ló.
São as linhas de conduta que os nossos dias exigem, ou melhor dizendo, escolhas que fazemos em função de metas que nos são propostas de forma subliminar, em nome de uma satisfação despida e imediatista.
Difícil, difícil? É vestir um 34, vá 32. Difícil é ter tanta comida à disposição e mandarmos a dona Gula evitá-la.
Na nossa sociedade temos esse paradoxo de o social, o convívio ser em torno de uma mesa de refeição, vá... de petiscos. Amigos, e acepipes deliciosos para trincar. E depois endeusa-se a magrela que come uma folha de alface (a que fica com um humor de cão) e condena-se com um olhar uma anafadinha na montra de uma pastelaria (a que tem a gargalhada descompromissada).
Explico: Se em tempos idos ter acesso a alimentação variada e em abundância tinha uma conotação de status (apenas para alguns privilegiados), quando o reverso da moeda (passar fome) era o espectável, então nessa época ter-se um aspecto nutrido era difícil e considerado o supra sumo da batata frita.
Hoje é o contrário. Com toda a revolução industrial e industrializada, ficou fácil, temos à disposição uma panóplia fantástica de alimentos, do saudável ao hidrogenado. E cada um (ou uma) de nós é uno nas suas escolhas alimentares, nas que fazemos a cada momento, sejam as conscientes, sejam as da gula ou da palermice aguda. É aquela compulsão de comer uma batata frita seguida de outra, logo de outra, e não parar até às migalhas do fundinho. Apesar de não serem as opções mais correctas, empanturramo-nos - optamos com muita ligeireza pela facilidade do 'saciar', e já nem falo apenas de alimentação ou do cliché da falta de auto-estima ou ter muitos gatos: É o equilíbrio. E esse reside no âmago de cada um de nós.
Hoje tem um peso demasiado exacerbado o peso que cada um tem. Eu? Voto no bem estar. Conseguir rondar esse bem estar, enroscar mente, alma e corpo numa harmonia que atingida não pode ser partilhada, antes sentida, faz com que ditames de revistas e imposições photoshopadas se reduzam à sua insignificância: se cada um (uma) se sente bem num 40, 42, porquê a guerrilha do 34, vá 36...? Excesso de peso?, ou excesso de zelo? Bom senso é que não é. E depois... 'Mente sã em corpo são' não é o slogan de um qualquer ginásio de moda, daqueles que a malta frequenta para bombar corpos saciando-se de modas, inflando biceps despropositados e egos megalómanos.
E os postiços...? Ele é unhas, pestanas e cabelos quilométricos, ou maminhas e barriguitas de adolescente, tudo se compra, corta e alinhava. Tudo devidamente uniformizado para não escaparem ao modelito vigente. A originalidade é hoje um conceito esquisito. Ahhhhh, devem ser artistas... aí tudo cola convenientemente no figurino, não é?
E os sorrisos??? Ceifam-se milhares de sorrisos únicos, com lábios assoprados por agulhinhas, aqueles sorrisos encantadores com um dente sobreposto ou outro tortinho que lhe conferia aquele ar engraçado, e essa unicidade perde para um pré-formatado sorriso pepsodent igualzinho a todos os outros que foram manietados com araminhos e elásticos.
Saciar o insaciável. Descartar o descartável. E logo a batata frita seguinte. Vive-se de um ideal que passamos nas redes sociais como uma realidade maximizada enquanto se esconde na sombra do tamanho desse perfil criado e alimentado a pão-de-ló.
São as linhas de conduta que os nossos dias exigem, ou melhor dizendo, escolhas que fazemos em função de metas que nos são propostas de forma subliminar, em nome de uma satisfação despida e imediatista.
Na nossa sociedade temos esse paradoxo de o social, o convívio ser em torno de uma mesa de refeição, vá... de petiscos. Amigos, e acepipes deliciosos para trincar. E depois endeusa-se a magrela que come uma folha de alface (a que fica com um humor de cão) e condena-se com um olhar uma anafadinha na montra de uma pastelaria (a que tem a gargalhada descompromissada).
Teorias há que se batem com este novo modelo e a emancipação das mulheres. Como?, subjugando-as. Libertaram-se do jugo, foi? Tomem lá outro. Vamos inventar um novo sacrifício para as prender a um ideal que vão ter dificuldade extrema de atingir. Vamos pô-las doidinhas sem se aperceberem como e de onde esse sentimento de inadequação surgiu. Vamos às dietas loucas, às operações plásticas, toca a emagrecerem para terem credibilidade, para serem aceites. E ai das que desobedeçam, porque o rótulo salta mais rápido que os impropérios.
Hoje não se fala em voluptuosidade, mas de implantes, esqueceram-se da sensualidade das curvas, da força de mãe-natureza que cada mulher possui: somos montanhas, vales, rios. Valoriza-se covinhas e saboneteiras nas omoplatas, conta-se as costelas, dá-se assustadoramente valor à ausência de valores.
E temos Agosto aí. Eu? Estou arco-íris. Planeio de todo o coração abraçar este mês que entra, estou fisicamente de braços abertos com todo o meu ser receptivo à chegada do meu filho Pedro :) para o nosso Agosto feliz em arco-íris. E sim, comecei o dia a sorrir, e agora depois de muitooooo escrever, estou confiante, finalmente em paz.
Hoje não se fala em voluptuosidade, mas de implantes, esqueceram-se da sensualidade das curvas, da força de mãe-natureza que cada mulher possui: somos montanhas, vales, rios. Valoriza-se covinhas e saboneteiras nas omoplatas, conta-se as costelas, dá-se assustadoramente valor à ausência de valores.
"Uma fixação cultural na magreza feminina não é uma obsessão pela beleza feminina, mas uma obsessão pela obediência feminina".Hoje temos o fenómeno da Lua Azul... a minha amiga Rosa Barros desafiou-me há pouco, e desafio cada uma das minhas leitoras e amigas a celebrar-se junto com a Lua num pequeno ritual, seja com mais mulheres ou então a solo. Mas entregue-se, deixe fluir, desamarre as suas asas em final de julho e simplesmente voe. O que realmente conta é celebrar-se junto à Lua, é permitir-se voltar às raízes do feminino. Não sabe como fazer? Apenas dance... somos todo, somos uno, somos essa fluidez da vida, esses movimentos!!!
Naomi Wolf